O corte de cabelo sempre foi mais do que uma questão estética — ele representa cultura, liberdade de expressão, status social e identidade. Ao longo das décadas, o cabelo deixou de ter apenas uma função protetora para se tornar símbolo de beleza, estilo e sedução.
Neste artigo, você vai conhecer a fascinante jornada dos cortes de cabelo ao longo dos tempos.
O Início do Século XX: A Rebeldia Começa
1910 – Irene Castle e o Corte Bob
Em uma época em que os cabelos longos eram sinônimo de feminilidade, Irene Castle, uma famosa dançarina, quebrou os padrões ao adotar o corte curto com ondas suaves — o famoso Bob. A praticidade e ousadia do estilo conquistaram mulheres modernas nos Estados Unidos.
1920 – Clara Bow e o Estilo Selvagem
Ícone do cinema mudo, Clara Bow popularizou o visual despojado e sensual com cabelos desarrumados e franjas caídas sobre os olhos, combinando com faixas que não prendiam, mas emolduravam o rosto com charme.
Décadas de Transformações: Anos 40 a 60
1940 – O Estilo Chanel e a Ascensão da Moda
Coco Chanel eternizou o corte acima dos ombros, sinônimo de elegância até hoje. Nova York surgia como referência mundial em moda e os cabelos ganhavam papel de destaque.
1947 – Cachos com Grampos e Elegância
Ondas definidas presas com grampos compunham o look das mulheres que, mesmo com poucos cabeleireiros disponíveis, não deixavam de lado o estilo refinado da época.
1950 – Cosméticos, Ondas e Sensualidade
A indústria da beleza ganhava força. As ondas permaneciam, mas agora acompanhadas de produtos cosméticos, tinturas e maquiagem marcante. Beleza e sensualidade tornaram-se prioridade.
1952 – A Influência do Cinema
A atriz Doris Day ditava moda com seu corte Helmet. A mídia ganhava poder e os salões de beleza tornavam-se indispensáveis.
1958 – Elegância com Chapéus e Audrey Hepburn
Chapéus da alta costura eram símbolo de sofisticação. Audrey Hepburn tornava-se referência de estilo mundial, influenciando penteados e tendências.
Anos 60 e 70: Liberdade, Volume e Atitude
1960 – Brigitte Bardot e o Chignon
Cabelos longos e volumosos marcaram presença. Técnicas como esponjas de aço e fixadores caseiros davam forma a penteados cheios de atitude.
1963 – Volume, Franja Banana e o Secador
Surge o penteado “banana”, acompanhado da franja volumosa. Vidal Sassoon revoluciona com o conceito “wash’n dry”, introduzindo o secador e a escova redonda no dia a dia.
1967 – Black Power e Orgulho Negro
Com Angela Davis como ícone do movimento, o cabelo Black Power tornou-se um poderoso símbolo de resistência e identidade negra. Mais do que estilo, representava luta e afirmação cultural.
Figuras como Jimmy Hendrix e Tony Tornado reforçavam essa estética cheia de atitude. Assim como nos livros e história, os cabelos também registravam momentos de transformação social e política.
1970 – Hippies e Camadas
O movimento hippie trouxe cabelos longos, soltos e naturais. O corte em camadas, inspirado em Farrah Fawcett, virou febre com seu visual leve e jovem.
1976 – Punk e Rebeldia
Na Inglaterra, surge o estilo punk: cores vibrantes, cortes radicais e atitude contestadora. Um grito visual da juventude.
1979 – Rastafári e Cultura Pop
Bo Derek, no filme Mulher Nota 10, influenciou o uso das tranças rastafári, estilo ainda visto em atletas e celebridades.
Anos 80 e 90: Ícones Pop e Diversidade de Estilos
1980 – Permanentes e Inspiração nas Novelas
No Brasil, as novelas influenciavam os cortes. Cabelos armados e volumosos voltaram à moda, enquanto Madonna lançava tendências no mundo pop.
1984 – Lady Di e a Elegância Real
O corte da princesa Diana virou símbolo de sofisticação e foi replicado globalmente, consolidando sua imagem icônica.
1990 – Liberdade de Escolha
Com o fim da “ditadura dos estilos”, os anos 90 abriram espaço para a diversidade. Curtos, médios, longos — o que valia era a personalidade e autenticidade.
O Presente: A Moda que Valoriza Você
Hoje, a tendência é simples: o melhor corte é aquele que combina com você. A moda dos cabelos deixou de seguir uma única direção e passou a celebrar a individualidade. Estilo, beleza e identidade caminham juntos.
Conclusão:
Seja um corte ousado ou um clássico atemporal, cada época trouxe uma revolução visual. Os cabelos falam muito sobre quem somos — e essa conversa com o tempo continua viva em cada fio.